quinta-feira, 6 de maio de 2010

Morte, Vida e Amparo do pequeno Severino



Sempre me acho parecido com criações de Clarice, e gosto disso! Mas hoje acordei sentido como se pairasse em outro terreno. Me reconheci em outros escritos. Como que um personagem de Chico. Sabe aqueles dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu? Talvez eu esteja assim. Esse tipo de personagem eu não gosto de ser, não gosto mesmo. Me enxergo em Neto, como pequeno Severino que sou. Todavia espero muita coisa. E o que me fez retirar também foi a propria vida, não a cobiça.

Me senti pequeno, frágil, um cisco! Como aquele que a voz alegre e eufórica anuncia à beira do rio. Procurei um Carpina para me ouvir. Uma mão para me proteger. Um lugar onde me amparar. Busquei na terra e nos céus... e achei.

Não perguntei: páro ou pulo? Alors parei, pensei, chorei, refleti e ri. E percebi que o próprio mestre sou eu, sentado a beira do meu rio, de ma vie. Amparado no meu colo, nesse colo que me foi tirado tão cedo, no colo da Pietá que aprendi a dividir .

Conclui: não vale a pena achar que fui abraçado. Não posso dar esse gosto a esta que hora é cruel e abraça o menininho do primo e por vezes chega como a doce velha que vem buscar Lisel. Estou mais vivo do que nunca, e tenho mais sede de vida do que toda uma vida que já vivi. Gosto de vida, de coisas com cheiro de vida, de choses com movimento de vida, que me permitam viver e viver.

Desconfio que a ela andou me cercando, me pastorando, me vigiando, me rodeando. Ela mesmo: La mademoiselle noire, la mort. Sabe essa morte que a gente não enxerga? Que perdidos em meio nossa pressa de cada dia nem percebemos bem? Esta mesmo, que toma corpo de outros jeitos. Sob palavras duras, olhares intensos, lágrimas cortantes. Falo desta morte que tentou me abraçar e que eu escapuli pelas frestas de seus braços, num suspiro, num piscar de olhos. Essa que tenho parado para observar nestes dias.

Me peguei em devaneios em plena direção: que belo passarinho que voa no céu azul, que bela formiga que sobe numa árvore que nem enxergo daqui. Gosto dessas coisas pequenas, coisas pequenas que têm valor. De uma boa cia. para compartilhar uma agradável conversa e uma coxinha azeda. Que belo presente é a vida não? Em meio a meus vislumbres, minhas divagações, lembrei de um som, uma voz, um poema, uma canção. Isso uma canção muy guapa. Inconfundível! Seja em qual das duas vozes brilhantes de Mercedes ou de Regina. Esta que compartilho contigo que teves a paciência de ler esta garatuja triste e alegre, morta e viva.

Merci beaucoup par être l'autre que me donne forme!


Gracias A La Vida

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el oído que en todo su ancho
Graba noche y día grillos y canarios
Martirios, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él, las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano
Y luz alumbrando la ruta del alma del que estoy amando

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto

Gracias a la vida, gracias a la vida

Viva, viva, viva e vida. Desejo para mim e tu que teves a paciência de chegar até aqui.

Xero nas bilotas dos zóiossssssss

3 comentários:

  1. Migo..muito triste e reflexivo esse texto...e ás vezes controverso, pois trata da morte mas com muita vivacidade.
    Vai entender...o que passa nessa sua massa cinzenta e pensante?
    Saudades
    bjos

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