quinta-feira, 29 de julho de 2010

Casa nova, desejos e sofás




É incrível como nos apegamos a coisas bestas.

Depois de morar cinco anos e meio (tô falando CINCO ANOS E MEIO) no alojamento da UFSCar eu consegui a minha carta de alforria, rsrs. Agora não tenho mais aquele impressão, que perdurou por CONCO ANOS E MEIO, de que estou acampando. Aluguei uma casa, simples, mas bem aconchegante junto com o Turatti (da turma do mestrado) e estamos tentando fazer deste sobrado um lar.

Primeiro cada um mobiliou seu quarto, cada qual ao seu modo, ao seu gosto, ao seu estilo e claro de acordo com nossas posses (saí do aloja mas ainda continuo um dalets, logo o quarto não ficou tipo o da Sacha (que deve ser do tamanho da nossa casa inteira, contando com a garagem e o quintal, que ódio dela).
Fui na loja e comprei uma cama de casal onde posso dormir da forma que quiser; do modo tradicional, virado de travessa, de cabeça para baixo e todas as outras formas imagináveis e o melhor no outro dia não amanheço com dores nas costas. Acho que a mulesta da escadinha da beliche que eu dormia no aloja também não ajudava muito: ow vida de cão.

Ah comprei também uma máquina de lavar, claro na porta da esperança dos pobres: CASAS BAHIA. Paguei sim com muito orgulho um boleto com 1638 parcelas, mas não importa, o que importa é que não passo mais o domingo o dia inteiro no pé de um tanque chingando até a última geração de sei lá quem...
Então com isso minha qualidade de vida se elevou: claro gente eu agora sou um homem de bens: tenho uma cama e uma máquina de lavar.

Bem, voltando ao lar.. Carlos e eu estamos conversando acerca de qual será o próximo investimento. Eita dúvida cruel: uma mesa para a cozinha ou um sofá?
Carlos como é uma pessoa mais prendada, mais profícua vota na mesa e eu preguiçoso que só a peste que sou, agora gordo que só um maialo voto com 100% de certeza no sofá. Até porque se votar na mesa terá mais espaço para colocar comida em cima e aí é que eu viro um tribufuzinho mesmo e posso concorrer ao rei momo do carnaval do ano que vem. (eu engordei 8 quilos, tô parecendo a Jabulani).

Voto no sofá e pronto, tô nem aí. Morei esse tempo inteiro no alojamento e lá não tinha sofá. Tinha com colchão rasgado, fedorento que só a bixiga, um cheiro de cachorro molhado na época de chuva e no verão um cheiro de mofo que nenhuma visita queria se sentar nele, ai minha sinusite. Depois que resolvi votar no sofá eu comecei a apreciar todos os sofares da cidade, claro que meus olhos só se voltam para aqueles que não poderão ser meus, sabe esses sofás da loja daquela figura que se veste de mulher gato, aquela mulher doida lá da Paraiba, acho que é Silvia Design? Esses mesmo das casas da novela das oito do Manuel Carlos. Aí como eu queria um deles. Percebi que todo mundo tem sofá, menos eu. Todos os dalets do mundo têm sofá menos eu. Aí ando nas ruas vendo se alguém jogou um sofá fora... esses dias passando em frente uma casa vi um sofá na garagem e me deu uma vontade de tocar a campainha para perguntar a possibilidade de uma doação, mas quando me aproximei do portão pulou de cima do sofazinho, até arrumado, um carrocho que mais parecia a besta fera... quase morri de susto rapaz. Parecia que o filho de uma quenga tava lendo meus pensamento e latia, na verdade gritava: suma daqui que esse sofá já é meu. Aí foi que eu me senti o pelo do cu do mosquito que ronda a bosta do cavalo do bandido foragido. Minino pense que vida, até o cachorro tem um sofá e eu não.

Daí resolvi contar para todo mundo meu desejo de possuir um sofá para ver se alguém tinha um para doar e sempre escuto aquelas conversas: - ai se tivesse me falado semana passada, minha mãe comprou um novo e deu o dela pra fulano. Ou então: - Eu tenho um sofá velho em casa, mas acho que você nem vai querer.

Que ódio que me dá, todo mundo troca de sofá uma semana antes de eu perguntar e o pior conseguem outra pessoa para doar antes que eu apareça.
Como sou um trabalhador... pedi para a secretária de onde faço uns bicos me chamar a semana inteira para eu juntar dinheiro e comprar esse danado. Lá é um museu que tem uns sofás (nem sei para que tantos, podiam doar um para mim) maravilhosos, umas poltronas que quando você se senta parece que elas te abraçam. Até perguntei se eles não pagariam o meu trabalho com uma delas, mas percebi que teria que fazer monitorias o ano todo para pagar somente o puff para por os pés... vida ordinária, rs. Mas também eu nem queria uma poltrona daquelas mesmo porque se tivesse ia ficar o dia inteiro sentado nelas.. ou melhor iria mandar por rodinhas para andar com ela na rua, tipo essas cadeiras de roda com motorzinho, gente é sério o negócio te abraça e você perde até as forças para se levantar, você se sente naquele comercial dda Philadelphia Cream Cheese, nas nuvens.

Então resolvi juntar o dinheiro para comprar um.. juntei e fui na loja ver os preços. Achei um barato.. mas que quando se senta tenho a nítida sensação de estar montando a cavalo em osso, sem nada... parece o selin de minha bicicleta.. mais duro do que ... (prefiro nem comentar).

Não comprei.. tô esperando para ver se alguém me doa um sofá. Se por ventura você que está lendo esse texto tem um sofá para doar pode me mandar um recado, rsrsrs, mas se sua mãe também trocou de sofá por esses dias e achou alguém ontem para doar faça o favor de nem me contar viu, porque eu já estou virado a peste com essas mães que doam seus sofás velhos para os outros e não para mim...

Aí hoje fiquei pensando: Ow meu Deus com tanta coisa acontecendo no mundo, tanta gente passando fome, tanta gente morrendo e eu desejando um sofá. Você até deve estar pensando: que menino mesquinho. Mas eu argumento: se você acha isso mesquinho, então vai morar em uma república durante cinco anos com um colchão mofado na sala para ver se você também não vai desejar um sofá lindo e maravilhoso para se espojar em cima.. dúvido que não. Faça isso e depois agente conversa.

Como agente se apega com coisas pequenas né? Aí meu Deus eu com uma dissertação para escrever e aqui escrevendo essas firulas para descrever um desejo (importante, não ria). POde ser que seja até bom eu não ter um sofá... o que seria da minha dissertação se tivesse um... ia querer me deitar toda hora, igual faço com a cama, rsrsrs, nem que fosse para ver o chato do Faustão tirando o microfone da boca das pessoas sem deixar elas falarem, o sacrifício de assistir isso valeria pois estaria estirado em meu sofá. Mas não tem problema, sempre que me dá uma vontadezinha de sentar em um sofá eu entro em algum consultório de dentista, entro no salão de cabeleleiros, na auto escola (até na auto escola tem um sofá (tudo bem que com um buraco do tamanho do mundo e com o mesmo cheiro do colchão que tinha no alojamento, rsrsr, mas tem um sofá) sabe esses lugares que têm esses sofás chiques para você sentar e esquecer da demora do atendimento, lendo uma revista caras, e aí essa minha vontade, esse meu desejo ardente de me abundar em um sofá fofinho some por uns dias.

Misericordia, acabei de reler esse texto e pensei: eu realmente não tenho o que fazer... quer dizer até tenho.. ma fico pensando na cor do sofá que um dia terei, no modelo e no estofado que decorará minha sala um dia e aí desvio meus pensamentos e não consigo fazer mais nada, só consigo pensar nesse diabo desse sofá. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk....

Xerossssssssss

terça-feira, 18 de maio de 2010

SINA



Você é o que é por conta de suas escolhas ou por uma consequência do destino?
Crê que todos nós temos uma SINA ou criamos os nossos próprios caminhos?

Não perca a mais nova produção da Urze Cia. de Dança.

SINA de Francisco Silva. Dias 21, 22 e 23 de maio no Teatro Florestan Fernandes / UFSCar - São Carlos. Ás 20:30h. Entrada: 1 kg de alimento não perecível.

O espetáculo está lindo. Conto com a presença de todos.

Um xerooooooooooooooooooooooooo

www.urzeciadedanca.com.br

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O menino chamador de nome feio e a gralha "mangadora"



Como a vida é repleta de reminiscências! Esta semana em um momento de reflexão teórica, como que um vislumbre, eu recuperei lá do fundo do meu velho e adorável baú de memórias uma de minhas mais preciosas lembranças.

Lembrei de quando era um “galeguinho besta”, um fogoió como dizia vovô, ainda instalado no sertão pernambucano. Apesar da aparência de anjinho, por volta dos oito anos, ainda mirradinho, com os cabelos que alumiavam a luz do sol, eu era ruim que só o cão, chamador de nome feio. Ai da madrinha daqueles que mexessem comigo; a coitada ganharia uma carroça de adjetivos que a qualificaria de acordo com o tamanho da provocação. Mon Dieu.

Enfim, voltando a minha adorável memória. Lembrei do dia ensolarado, assim como era a maioria, fosse inverno ou verão, naquele lugar singelo que eu crescia, que eu acordei e fui assistir ao dominical programa de pesca, junto com papai, na nossa televisão em preto e branco.

Em um determinado momento, entrou pela porta, que estava aberta para amenizar o calor, um passarinho voando como se fugisse de algo. Voou por toda a sala e de repente sentou em um dos quadros que estavam pendurados na parede. O passarinho era um bem-te-vi. O quadro que o passarinho sentara era uma fotografia de papai, todo bonitão, quando tinha a idade que tenho hoje. Todo de terno, todo nos trinques, querendo ser as pregas, como dizemos em Pernambuco. Achava meu pai tão bonito naquela foto que queria crescer logo para ser igual ele, para vestir um terno e ficar todo bonito também. Todo importante.

Fiquei impressionado com isso e mostrei a papai o passarinho, correndo para pegar minha baladeira para matá-lo (não disse, eu era o cão em pessoa). Vendo o que eu fazia meu pai riu e disse:

- Não mate ele não. Mamãe dizia que quando isso acontece é porque tem sorte chegando. Ela dizia ainda que quando um passarinho acerta agente com sua arte é dinheiro na certa.

Fiquei pensando o que seria a arte de um passarinho. Tinha a mente fértil, mais do que hoje. Pensei: oxente, coitado de papai está caducando tão novo, onde já se viu um passarinho artista? Após conversar com tia Geró eu entendi o que ele quis dizer e pensei: vichi Maria como eu sou ruim, sempre tentei matar com minha baladeira de liga preta, que ficava sempre no meu pescoço, os que já me acertaram com sua arte e quando não conseguia virava a peste. O domingo terminou e a semana seguiu.

Acho que nessa época eu estava na segunda ou terceira série. Estudava em um grupo escolar, escondido dentro do mato e todo dia íamos, meus primos e eu, pela estrada correndo, rindo até chegar ao local da aula. Nesta mesma semana que o passarinho entrou em casa, ao voltarmos da escola achamos um ninho de vim-vim no oco de uma estaca. Meu primo Duca me disse: minha mãe disse que quando um vim-vim aparece e fica cantando é porque alguém vai morrer, é alguma coisa ruim.

Fiquei impressionado de novo. Como eu me impressionava fácil. Como um passarinho tão bonitinho poderia anunciar uma coisa tão triste: a morte. Retruquei:

- Pois papai me contou que quando um passarinho senta na foto da gente é que muita sorte nos aguarda. (e acrescentei) E se ele caga na nossa cabeça enquanto estamos distraídos é porque a gente vai ganhar muito dinheiro.

A partir daí disputávamos quem era o melhor alvo dos passarinhos. Era uma felicidade só quando um azulão acertava sua arte bem no meio da nossa cabeça enquanto catávamos algarobas para dar aos bezerros. Quando isso me acontecia saía correndo feliz da vida: eu vou ser rico, eu vou ser rico, olha só o tamanho dessa. Eu achava que quanto maior fosse o estrago maior seria a minha riqueza. Nem me importava com o cheiro, nem me importava com a meleca que ficava no meu cabelo.

Foi exatamente deste episódio que lembrei no derradeiro encontro do GEGe (o maravilhoso grupo de estudos que participo na UFSCar) na sexta de manhã enquanto discutíamos coisas interessantes embaixo do pé de castanholas. Em círculo cada um tinha uns minutos para falar aquilo que tinha lido na semana ou para colocar sua perspectiva do texto que havíamos lido. O círculo rodava feito um ventilador. Cada falar era o que dava mais força àquele movimento bom.

Quando chegou a minha vez de falar. Quando fiz menção de abrir a boca. Placccc! Foi certeiro, bem na manga da minha camiseta. Pelo canto eu vi logo que era uma gralha. Porém pegou só de raspão, só uma parte daquele negócio verde me acertou. Neste exato momento passou um filme em minha cabeça e lembrei de como em outrora eu ficava feliz quando isso acontecia. Naquele momento voltei a ser a criança que era antes daquele domingo e em minha mente disparei nomes daqueles que chamava quando pequeno.

- Filha d’uma quenga das costas quebradas. Rapariga da peste. Miserável. Vai cagar na tua madrinha bixiguenta. (acreditem eu chamava esses nomes quando criança).

Porém não externalizei esse pensamento em nenhuma substância dos signos (Bakhtin apud Turatti, só para dar um fundamentozinho científico para este texto). Lembrei também que semana passada tinha sido a vez de outro colega. Infelizmente não tenho a discrição de Kuiava para fingir que nada tinha acontecido. E justamente pela minha indiscrição, pela minha cara, acho que, todo mundo percebeu.

Pensei: coitado desse passarinho se eu estivesse com minha baladeira aqui. Não fiquei muito bravo porque não sujou muito, pois não estava muito mole, e pelo menos o episódio fez o grupo rir. Então dei continuidade a minha fala. O círculo girou e na vez da fala de Pedro. Quando Miotello passou a fala para ele eu senti de novo. Placcc. Era uma porção maior, mas desta vez achei que a melhor alternativa seria seguir o exemplo de Kuiava e ficar quietinho, até porque era a hora do intervalo. Sem demonstrar o menor sinal de que havia acontecido de novo, fiquei parado, fiz cara de paisagem e continuei balançando a cabeça: tipo o que a gente faz na aula quando não está entendendo nada e quer enganar o professor. Após o intervalo eu voltei e troquei de lugar com Ana pensando que seria muito azar ou sorte se uma besta fera voadora me acertasse de novo.

Pedro começou a falar. Durante uma parte de sua fala eu só pensava: passarinho da peste. Minha camiseta azul agora estava com duas manchas. Porém esqueci do passarinho e tentei me concentrar nas falas, até porque Miotello às vezes olhava para mim e eu tinha impressão que ele lia meus pensamentos, e aí eu balançava a cabeça concordando com a fala, fosse qual fosse. Enfim, consegui novamente me concentrar de verdade.

Continuaram as provocações na roda. A fala de Pedro, seguido da de Cristine, suscitaram algumas reflexões na minha cabeça. Ia novamente falar da experiência que tive num trabalho que participei com a professora Maria Silvia, sobre a oficina de produção textual que desenvolvemos numa escola da rede pública de São Carlos, porém no exato momento em que respirei para tal. Placccccccccccccccccccccccccccc!!!!!

Desta vez foi certeiro e grande. Mole e nojento. Camila que estava sentada do meu lado até se assustou.

- Mon Dieu, je ne crois pas, n’est pas possible. C´est la troisième fois.

Para que tudo aquilo? Três vezes, TRÊS!!! Rapidamente pensei de novo: mas eu já estou rico, já ganhei a bolsa FAPESP. Desta vez eu não desejei ter minha velha baladeira, mas uma espingarda para derrubar aquela gralha maldita numa tacada só. E ela lá do alto parecia dar risada da minha cara. Mangava de mim em alto e bons pios. Parecia dizer entre gargalhadas: da outra vez não acertei tudo, mas agora você se lascou Pajeú. E o pior não contente trouxe o companheiro. Eu teria matado os dois.

Não falei o que estava pensando. Enquanto Camila me ajudava a limpar o estrago, que era grande, pois havia sujado um terceiro lugar da minha camiseta mais uma parte enorme de minha calça, eu xingava em pensamento os dois passarinhos que, escondidos entre folhas e galhos, continuavam a mangar de mim. Por um momento pensei: talvez eu fosse falar algo da mesma espécie daquilo que a gralha (quenga) tinha lançado sobre mim, talvez tenha sido um sinal para eu parar. Será que meus pensamentos atraem esse tipo de coisa por eles serem parecidos com essa coisa? Porque duas vezes quando eu ia falar isso aconteceu. Na primeira vez até insisti no pensamento, mas na segunda eu desisti, talvez fosse falar bosta mesmo e estragar as belas reflexões que vinham sendo tecidas. Por isso desisti de falar.

Por fim pensei, ainda bem que não era um vim-vim, já pensou um vim-vim cantando e cagando na minha cabeça, eu poderia interpretar isso como um sinal de que a morte me abraçaria em breve e eu iria direto para o inferno sem desfrutar de minha riqueza, sem gastar nem a reserva técnica da minha bolsa. Deus me livre! Depois disto até fiquei aliviado e me dei conta de que aquilo não era de todo mal. Ainda bem que não era um dos urubus que ronda os prédios do CECH e da Psicologia. Já pensou? Seria sorte pra ganhar na mega-sena acumulada.

Percebi como eu era terrível quando criança e como somos perversos. Eu quis matar de novo o pobre passarinho só porque ele cagou em mim TRÊS VEZES. Coitado, talvez tivesse me avisando que irei ganhar na loteria, pelo menos a quadra da mega-sena, pelo tamanho da titica. Porém se era isso ele se enganou porque eu nem joguei essa semana. Talvez até jogue depois deste ocorrido, quem sabe a superstição que papai me contara não está rondando a minha vida?

Fiquei feliz por uma coisa; ao perceber como minhas memórias são preciosas. Até senti saudade de ser um galeguinho chamador de nome feio. Senti saudade de casa, de papai, e até de vovô que às vezes me dava uns croques. Desejei não perder nunca esse menino besta que mora dentro de mim, aquele severininho dos cabelos de ouro que um dia fui e que ainda me dá acabamento. E cheguei a conclusão que sexta que vem se aquela gralha voltar a fazer isso... Tomara que ela não volte porque senão... senão.. senão (respiro fundo)... eu vou ter que levar um guarda-chuva para as reuniões do GEGe.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Morte, Vida e Amparo do pequeno Severino



Sempre me acho parecido com criações de Clarice, e gosto disso! Mas hoje acordei sentido como se pairasse em outro terreno. Me reconheci em outros escritos. Como que um personagem de Chico. Sabe aqueles dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu? Talvez eu esteja assim. Esse tipo de personagem eu não gosto de ser, não gosto mesmo. Me enxergo em Neto, como pequeno Severino que sou. Todavia espero muita coisa. E o que me fez retirar também foi a propria vida, não a cobiça.

Me senti pequeno, frágil, um cisco! Como aquele que a voz alegre e eufórica anuncia à beira do rio. Procurei um Carpina para me ouvir. Uma mão para me proteger. Um lugar onde me amparar. Busquei na terra e nos céus... e achei.

Não perguntei: páro ou pulo? Alors parei, pensei, chorei, refleti e ri. E percebi que o próprio mestre sou eu, sentado a beira do meu rio, de ma vie. Amparado no meu colo, nesse colo que me foi tirado tão cedo, no colo da Pietá que aprendi a dividir .

Conclui: não vale a pena achar que fui abraçado. Não posso dar esse gosto a esta que hora é cruel e abraça o menininho do primo e por vezes chega como a doce velha que vem buscar Lisel. Estou mais vivo do que nunca, e tenho mais sede de vida do que toda uma vida que já vivi. Gosto de vida, de coisas com cheiro de vida, de choses com movimento de vida, que me permitam viver e viver.

Desconfio que a ela andou me cercando, me pastorando, me vigiando, me rodeando. Ela mesmo: La mademoiselle noire, la mort. Sabe essa morte que a gente não enxerga? Que perdidos em meio nossa pressa de cada dia nem percebemos bem? Esta mesmo, que toma corpo de outros jeitos. Sob palavras duras, olhares intensos, lágrimas cortantes. Falo desta morte que tentou me abraçar e que eu escapuli pelas frestas de seus braços, num suspiro, num piscar de olhos. Essa que tenho parado para observar nestes dias.

Me peguei em devaneios em plena direção: que belo passarinho que voa no céu azul, que bela formiga que sobe numa árvore que nem enxergo daqui. Gosto dessas coisas pequenas, coisas pequenas que têm valor. De uma boa cia. para compartilhar uma agradável conversa e uma coxinha azeda. Que belo presente é a vida não? Em meio a meus vislumbres, minhas divagações, lembrei de um som, uma voz, um poema, uma canção. Isso uma canção muy guapa. Inconfundível! Seja em qual das duas vozes brilhantes de Mercedes ou de Regina. Esta que compartilho contigo que teves a paciência de ler esta garatuja triste e alegre, morta e viva.

Merci beaucoup par être l'autre que me donne forme!


Gracias A La Vida

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el oído que en todo su ancho
Graba noche y día grillos y canarios
Martirios, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él, las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano
Y luz alumbrando la ruta del alma del que estoy amando

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros

Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto

Gracias a la vida, gracias a la vida

Viva, viva, viva e vida. Desejo para mim e tu que teves a paciência de chegar até aqui.

Xero nas bilotas dos zóiossssssss

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Un jour au cinema



É tarde, é tarde, é tarde, é tarde...
Porém cheguei cedo, cedo, cedo, muito cedo

Me dei o final de semana passado de presente. Na verdade tive folga da cia. de dança e fui ao cinema. Como na Athenas Paulista (que prepotência) não tem cinema "troisième dimension" viajei. Fui à Ribeirão Preto assistir Alice no pais das maravilhas. Não gosto de modinha, mas como seria o único final de semana livre e fez-se uma propaganda imensa sobre essa produção, eu me rendi. Para não correr o risco de ficar para fora comprei o ticket pela internet para assistir o filme às 21:40 do sábado (concordo com o coelho, é tarde, muito tarde)que era a únca opção legendada em 3-D.

Por conta das novas diretrizes estipuladas pelos sacanas da ARTESP, que promulga que alunos de pós não devem pagar meia passagem nos ônibus de viagem, EU NÂO TENHO CARTEIRINHA (que ódio) e tive que procurar uma carona. Entrei no orkut (santo orkut) e achei uma carona às 15:30 do sábado. Pensei o que ficarei fazendo no shopping até essa hora? (odeio shopping porque nunca tenho dinheiro para gastar além da casquinha do Mc Donald's). Aceitei a carona, pelo menos paguei metade do que gastaria se fosse de "bus".

Cheguei lá e aí, o que fazer? Lembrei do coelho e pensei o contrário: é cedo, é cedo, é cedo, é cedo. Aí fui fazer aquilo que todo pobre faz no shopping, olhei todas as roupas que não posso comprar, gurejei todos os equipamentos eletrônicos que talvez terei daqui uns dez anos. Ví jogos de toalhas pensando quando eu tiver uma casa, ví panelas de todas as espécies, ví até o preço de uma máquina de lavar nas Casas Bahia (acreditem tem Casas Bahia no shopping) e pensei: eu poderia comprar uma dessas em 463 parcelas no carnê (rsrsrs),mas quando vi o tamanho dos juros, desisti. E outra tinha ido lá para assistir o filme e não para comprar uma máquina, que tonto. Mas como faltavam ainda quase cinco horas para o filme fiquei fazendo essas coisas que todo mundo faz no shopping. Passei numa loja de óculos e vi um Ray-Ban (modelo aviador) lindo, perguntei o preço e quase caí duro, rsrs, aí disse para a simpática vendedora que não ia comprar naquele dia, pois já tinha um que adquiri no "free shop" quando voltei da argentina (mentira da peste, paguei 12 reais na vinte e cinco de março).

Me dei conta que em menos de uma hora eu já tinha feito tudo isso, ai resolvi assistir ao filme da sessão antes de Alice. Era um filme nacional (amo o cinema brasileiro): Chico Xavier. Gostei do filme, dei umas boas risadas, mas não gosto muito dessas coisas com espíritos, prefiro deixá-los no canto deles. Mas o filme é legal.

Enfim chegou a hora de Alice. Gosto muito da história. Adoro o coelho, queria ser o chapeleiro e gosto demais das flores. Ás vezes até me acho um matinho, assim como Alice. Já tinha visto o trailler de Alice em 3-D quando fui ver Premonição 4 (que por sinal é muito louco, quase morri de rir, pois sentei ao lado de um "vieux" que parecia que ia ter um infarte a cada efeito, rsrs). Achei o trailler de Alice muito bom e fiquei ansioso para o filme. Fiz todo o ritual: comprei pipoca, entrei na fila, procurei um lugar (e quase não encontrei), sentei e desliguei o celular. O filme começou: com toda aquela demora... a aí escuto:

- Teve pesadelos de novo Alice?

Quase caí da poltrona quando vi que o filme não era legendado. E aí foi aquela gritaiada dentro da sala. O rapaz voltou o filme, e depois de toda aquela demora, escutamos:

- Teve pesadelos de novo Alice?

O simpático (filho d'uma égua) que comanda o projetor, voltou novamente a fita, o vídeo, sei lá o que é, e então eufóricos e apreensivos escutamos (eu e toda sala que havia se calado agora)

- Teve pesadelos de novo Alice?

Je ne crois pas!!! Mon Dieu, c'était la troisième fois.

Se eu pudesse teria limpado minha mão cheia de gordura da pipoca na cara dele (era muita gordura, erggg). Não é que a ameba (sem querer ofender as amebas) tinha colocado dublado de novo.. quase gritei: é tarde, é tarde, é tarde, é tarde seu jumento! Cortem a cabeça dele!!!! Mas como ele não me ouviria por conta do alvoroço que estava naquele ambiente, fiquei quieto. Por fim ele voltou de novo e só então lemos:

- Teve pesadelos de novo Alice?

Que alívio. Enfim o filme começara.

Já com aqueles óculos horríveis que me deixa com dor de cabeça, fiquei atento e comendo a pipoca impestiada de manteiga (Nunca peça pipoca com manteiga no Cinemark, pois eles vendem manteiga com pipoca,isso é verdade). Minha mão parecia a do Dom João VI no filme Carlota Joaquina (de Carla Camurati) ao comer o frango com a mão (era muita gordura).

O filme acabou. É muito bom, mas me senti meio lesado. Não é Alice no país das maravilhas, é como se fosse um retorno de Alice ao pais (agora da destruição). Adorei muitas coisas, a atuação de Johnny Depp como sempre arrebatadora. A maquiagem: parfait. Adorei as rainhas: a rainha vermelha parecia um amigo cearense que eu tenho; tinha 495 quilos de cabeça (me perdoe meu amigo). A rainha branca parecia eu nas aulas de ballet; todo duro, rsrsrsrs. A ratinha era tão pequenina e tão corajosa, admiro-a. O gato sorridente que MARAVILHA. Mas senti falta de algumas coisas: das flores que acham que Alice é um matinho, da alegria da mesa do chá, da casa do coelho, das maravilhas (mas entendo, não era a proposta).

Adorei mais: a familia do cão, os narizes, barrigas e orelhas falsas.

O filme é bom, mas não me surpreendeu. Louvo a idéia de Burton (até original) de trazer Alice, já adulta, de volta ao mundo das maravilhas, contudo ainda fico com a história verdadeira (original). O retorno de Alice ao país das maravilhas ainda fica em segunda opção. Considerando os efeitos em troisième dimension; fico com o Premonição 4(só vale a pena ver por conta dos efeitos em 3D). Esse sim me surpreendeu (em questão de efeitos) e às vezes me sentia igual ao senhor do meu lado, tirava o óculos e respirava.

Bem, é tarde, é tarde, é tarde... escrevi demais, vou para casa antes que cortem minha cabeça!!!

Xero pra vocês povo.

P.S. Também achei que Alice matou o Jaguadarte muito fácil. Que moleza, até eu faria.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Mandacaru e saudade




Que saudades que eu sinto
Das noites de São João - by Gonzaga.

Só vim dar uma espiada e resolvi garatujar!
Que saudade que eu sinto do pé de mandacaru do quintal de vovô. Aquele onde adorava matar os catitos que faziam ninho no seu topo. Aquele mesmo que espetava meus pés toda vez que passava descalço na terra quente do meio dia. Não sei por qual motivo, mas hoje me deu mais saudade de casa. Da poeira e da caatinga, sobretudo do meu mandacaru. Esse que espinha e guarda água.
Queria guardar minhas águas interiores para as piores fases, contudo infelizmente não sou um mandacarú. Não consigo guardar minhas águas, não consigo citar datas, não consigo sequer distinguir memória e estrutura, rsrsrs.

Acho que hoje tô doido e só consigo amar minha vida e ter saudades de casa!

Xero nas bilotas dos óios de quem lê isso agora

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Joyeux anniversaire pour moi



Parabéns para mim, nesta data querida, muitas felicidades e muitos, muitos, muitos anos de vida.

Agora há pouco estava lembrando da minha primeira festa de aniversário, quando ainda morava lá em pernambuco, foi surpresa, acho que foi nos meus 9 anos. Uma outra surpresa foi a do grupo de teatro que preparou uma festa depois do espetáculo. Estávamos em cartaz com o Santo e a Porca de Ariano Suassuna no SESC e era dia do meu aniversário e ninguém me deu parabéns. Também não falei nada. Depois do espetáculo o diretor (Diomar), bravo disse que queira uma reunião na casa dele. Todos nós já estávamos cansados e sabia que viriam broncas. Quando chegamos lá era uma festa surpresa e eu choreiiiiiiiii!!!!!
Dizem que hoje é meu dia, mas acho que todos os dias são meus e seus também. Geralmente eu me esqueço do dia do meu aniversário, lembrei hoje de manhã porque minha irmã me ligou logo cedo... tomei um susto e achei que tinha acontecido alguma coisa, atendi o telefone já apreensivo quando ouvi do outro lado da linha: Feliz Aniversáio Chico... ai eu caí na risada.. e fiquei aliviado.
Eu estou muito feliz, sou uma pessoa feliz, não por ser meu aniversário, mas porque estou de bem com a vida, de bem com o mundo, de bem comigo mesmo. Acho que enfrento uma das melhores fases de minha vida e chego aos 24 anos com plena disposição de viver e ser feliz. Adoro a vida, adoro o mundo, adoro minha família, meus amigos e hoje posso dizer sem dúvidas que me adoro e muito.

Olhando meu orkut agora percebi quanta gente me ama e também percebi que poucos seriam os que lembrariam se o orkut não avisasse, mas esses poucos são pessoas especiais e agradeço a Deus por cada um deles e agradeço pelos que viram no orkut e me mandaram palavras de carinho.

Feliz aniversário para todos os aquarianos do dia 12 de fevereiro!!!

Xerossssssssssssssssssssssssss nas bilotas dos zóios de vocês!!!!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Até o sol raiá



Um conto nordestino fantasiado na simplicidade e na riqueza dos bonecos de barro do sertão.

Viva o nordeste!!!!

Ser artista

Sou artista
Sei que sou
Bato no peito
Grito ao vento
Ao som do silêncio
Crio meu mundo
Minhas verdades
Encantatórias
Perdido no escuro
De meus pensamentos
Sob a quentura e clarão
Que me aquece, me anima
E me cega no espaço que é meu
Onde sou rei e plebeu
Homem e menino
Onde sou o que sou
Artista
Sem palco
Sem crédito
Sem rua, sem leito, sem valor
Invento meus sonhos
Sorrio para o mundo
Com fome de pão
E suspiro cansado
Do fundo da alma
Me embalo no carrossel do destino
Com força de menino
Que trago comigo
Pra esquecer de mim mesmo
Esquecer do mundo
E no centro do breu
Com olhares brilhantes
Fazer o que é belo
Aquilo que amo
Me realizar

PAJEÚ, H. Ser artista. In: Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos. Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2007. vol.41.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Um brinde a vida: retorno ao mundo dos blogs


Hoje para mim foi um dia especial. Na verdade nada de especial aconteceu, mas me senti feliz por acordar (vivo) depois do sonho que tive na noite anterior. Depois de momentos comigo mesmo, pensando, refletindo, me senti um personagem de Clarice, um tanto complexo, estranho, singelo, uma mistura de cores, de sons, de um não sei o que. Senti-me a Ana procurando conforto no banco do Bonde. Me senti Ana ao olhar para o cego que mascava ciclete, e ver esse cego diante de mim, no espelho. Mas me senti feliz como a menina deitada na rede com o livro aberto, numa felicidade que era minha, só minha. Isso é estranho, mas gosto do jeito que sou, gosto desta balaio de coisas que torna esse sujeito transparente, isso que sou. Por vezes faço coisas inusitadas, só para me agradar, sobretudo quando me sinto feliz. Hoje dei um jantar para mim mesmo. Alguns amigos mangam de mim, dizem que preciso parar com isso e socializar esses jantares, mas gosto de jantar na minha companhia por vezes. É bom se dar um presente, um jantarzinho simples preparado por você mesmo, tente fazer isso, irá se sentir bem (ou não, rsrs). Hoje fiz isso.

A tarde estava maravilhosa, apesar da ameaça de chuva. Resolvi ir ao mercado comprar algo que me agradasse. Desta vez resolvi tirar do cardápio o ovo frito, apesar de ser desesperado por ovo frito, mas já o tinha comido no jantar de ontém. Gastei tudo que tinha no bolso, confesso que não era muita coisa (risos). Na volta em pleno por do sol, a chuva chegou, no começo pensei o que sempre penso: odeio chuva em horário comercial. Mas ao sentir os pingos caindo no meu rosto, a força com que escorriam pelos meus olhos e meus lábios fez com que eu não virasse a peste. Pareciam que queriam lavar minha alma, me revigorar. Naquele momento senti que a vida me abraçava com toda sua força, com toda sua alma e me lembrei de quando era criança e tomava banho de chuva lá no sertão de pernambuco (que raramente chovia). Percebi ainda como passei a odiar chuva depois que cheguei em São Paulo (com toda sua pressa). Me senti velho, em seguinda me senti de novo um menino, saudoso, deixando a chuva me molhar e segui assoviando uma cantiga de lá até em casa. Naquele momento a felicidade me invadiu de uma forma tão intensa que vinha admirando o que encontrava no caminho: um velho no ponto de ônibus, um gato fugindo da chuva, um grupo de estudantes embaixo de um toldo, tudo. Senti como a vida é feita de coisas pequenas, de cotidiano... percebi a complexidade de tudo...


Chegando comecei a preparar algo que gosto muito.

o cardápio:

Filé de frango grelhado com ervas finas
Batata gratinada no suco de laranja com alecrim e mussarela
Arroz branco ao leite
Salada de tomate e alface
Acompanhados por um Cabernet Sauvingnon Chileno 2005 ao som de Carla Bruni.

Nem sei se a combinação foi boa, mas gosto disso e foi o que deu para comprar.
Jantando sozinho no apartamento enorme e vazio que tenho passado esses dias me perguntei algo: será que sou uma pessoa solitária? Me peguei rindo sozinho e percebi que não, não sou solitário. Apesar da solidão ser uma companheira que me agrada, companheira fiel, percebi que na verdade eu me amo mais do que imaginava e adoro passar momentos desfrutando de minha companhia, sozinho, refletindo, sendo o outro que me constitui, sendo o outro que me dá acabamento. E ali diante de mim mesmo levantei a taça e brindei a vida maravilhosa que me foi presenteada, a essa vida que abraçou.

Se minha irmã visse a cena diria que sou louco, mas prefiro pensar que me pareço com um personagem de Clarice, algo assim um tanto humano. Após perceber que sou isso que sou, tão Pajeú, tão personagem real, resolvi voltar a ter um blog para contar para quem quiser ler as garatujas da minha vida, da vida de um artista anônimo que tenta viver longe de casa e se aventura neste mundo tão complexo. As garatujas de um artista que adora ovo frito e que tem fé demais na vida.

Xerossssssssssss